A História
da Associação Comercial e Industrial de Guimarães
remonta a Março de 1865, data em que vários comerciantes
vimaranenses, conscientes da necessidade de se associarem para melhor
poderem defender os seus interesses, se reuniram na residência
do comerciante Sr. António Espírito Santo, com o fim de
criar uma estrutura associativa. Os seus primeiros estatutos viriam
a ser aprovados a 3 de Outubro do mesmo ano, por Alvará Régio,
iniciando assim, legalmente, a vida da Associação Comercial
de Guimarães.
Volvidos dezassete anos, em Junho de 1882, a Associação
Comercial, mediante a aprovação de novos estatutos, alarga
o âmbito da sua representatividade, passando a classe industrial,
a ser admitida como sócia, facto este que veio dar novo incremento
à Instituição, passando esta a ter uma voz mais
activa na vida do concelho. Contudo, é apenas em Julho de 1922,
que é aprovado em Assembleia Geral um novo projecto de Estatutos,
através dos qual a Associação passa a usar oficialmente
a denominação de Associação Comercial e
Industrial de Guimarães.
A Associação desenvolve uma actividade bastante intensa
nestas primeiras décadas de existência, com ênfase
especial para a elaboração da proposta de criação
de uma escola profissional em Guimarães. Tal proposta viria a
ser bem recebida pelo Governo Central e em 13 de Fevereiro de 1884 é
criada a Escola Industrial Francisco de Holanda.
Sempre atenta às necessidades do Concelho, a ACIG insiste junto
do Governo para a criação, na Escola Francisco de Holanda,
de uma Oficina de aprendizagem das mais avançadas técnicas
da indústria de cutelaria e outras similares. Como podemos observar,
a preocupação pela Formação Profissional
já vem de longe.
Por outro lado é de salientar a realização da Exposição
Industrial e Agrícola de 1923, primeira exposição
vimaranense de total responsabilidade da Associação, cuja
promoção ultrapassou as fronteiras nacionais.O
decreto 23039 de 23 de Setembro de l933, veio alterar por completo a
estrutura da Associação, visto que estabelecia a criação
de Grémios como únicas associações representativas
das classes patronais. É então criado o Grémio
do Comércio do Concelho de Guimarães, regendo-se por novos
Estatutos que são limitativos da sua autonomia prática.
A Instituição soube, contudo, manter-se afastada dos políticos
e conservar a dignidade que o seu passado lhe impunha, embora dentro
de uma actuação "passiva". Mais uma vez, se
excluía a classe industrial, contra a vontade dos dirigentes
e da classe em geral. Este tipo de actuação foi característico
até 1977, data de aprovação dos novos Estatutos
da Associação, que voltaria à primitiva designação
de Associação Comercial de Guimarães.
Esta postura manter-se-ia durante cinco anos, até Junho de 1982,
data em que a Assembleia Geral aprovou os novos Estatutos e deliberou
retomar a designação de Associação Comercial
e Industrial de Guimarães, o que permitiu a entrada de novos
sócios do sector industrial, transformando a Associação
na instituição mais representativa da actividade económica
na região.
Inserido num plano de profunda transformação na orgânica
de serviços da Associação, procede-se à
ampliação das suas instalações com o intuito
de responder mais eficazmente ao crescimento verificado nos últimos
anos, sobretudo com a integração do sector industrial.
Nos finais dos anos oitenta e sobretudo na primeira metade dos anos
noventa, a Associação Comercial e Industrial de Guimarães
foi objecto de uma profunda reestruturação interna que
envolveu a contratação de diversos quadros médios
e superiores. Estas alterações visaram a criação
de Gabinetes Técnicos especializados, proporcionando um incremento
qualitativo importante ao apoio prestado aos Sócios e conferindo
à ACIG um papel mais interventor na sociedade.
No plano inter-institucional, merece destaque a preocupação
constante da ACIG em integrar instituições de foro local
e regional cujos objectivos visam o desenvolvimento e progresso do concelho
e da região.
A década de 90 marcou também uma gradual mas segura afirmação
do papel e influência da ACIG no panorama económico, social
e político local e regional, tornando-a num fórum privilegiado
de discussão e debate numa fonte de ideias e iniciativas.
Foi igualmente feito um esforço de internacionalização
tendo já sido desenvolvidos contactos e/ou promovido iniciativas
com instituições da Grã-Bretanha, Irlanda, Áustria,
Espanha, França, Bélgica, Brasil, Nigéria e Letónia.
Como se pode verificar, a Associação Comercial e Industrial
de Guimarães, tem desenvolvido ao longo dos seus mais de 135
anos de existência, uma intensa actividade em prol do Comércio,
Indústria e Serviços do Concelho de Guimarães.
Numa área de grande desenvolvimento industrial e comercial e
de importância estratégica no futuro Mercado Único
Europeu, o seu papel dinamizador e coordenador terá de ser necessariamente
reforçado. É um dos principais desafios que se coloca
à Associação Comercial e Industrial de Guimarães
nos próximos anos.